quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Cavalas com molho de vilão

Considerado por alguns pescadores, sobretudo no continente, como uma espécie de segunda categoria, a cavala constitui um pitéu para os madeirenses. Na realidade, é um peixe dotado de uma carne saborosa e rico em gorduras saudáveis. A acompanhar o molho vilão, utilizado na Madeira para temperar os bifes de atum e os chicharros fritos.

Ingredientes:

4 Cavalas
4 dentes de alho
Oregãos, pimenta e sal q.b.
3 dl de vinho branco
1 dl de vinagre branco
1 cebola
2 c. (sopa) de azeite

Corte as cavalas em dois e deixe sangrar em leite durante uma hora. Retire, lave e tempere com sal, alhos picados, oregãos e a pimenta. Regue com o vinho branco previamente misturado com o vinagre e deixe a marinar pelo menos três horas. Depois, frite o peixe em azeite bem quente e reserve num prato com papel absorvente. Deixe arrefecer um pouco a frigideira e adicione a marinada com a cebola cortada finamente às rodelas até ferver e apurar. Coloque o peixe numa travessa e regue com o molho. Sirva com semilhas cozidas (ou milho cozido) e com uma salada de alface e tomate.

Bom apetite!

O que é a gastronomia?


Quando criei este blogue em 2007, tive única e exclusivamente o propósito de defender, divulgar e promover os aspectos da gastronomia madeirense, que reafirmo, é rica e diversificada, e que, felizmente, não se esgota em dois ou três pratos, como muita gente quer fazer querer.
A razão pela qual, pertenço a uma confraria gastronómica, vai muito além da ideia de uma simples confraternização entre amigos, que se reúne mensalmente, para degustar alguns pratos, predominantemente tradicionais. A isso poderia chamar tertúlia. Efectivamente, é mais do que isso.
Tive um dia a oportunidade de participar como conferencista, em representação da Confraria Gastronómica da Madeira, num congresso de gastronomia, promovido pela Direcção de Turismo dos Açores, em Ponta Delgada, na qual participaram algumas figuras de relevo da sociedade portuguesa, entre os quais, o Dr. Daniel Serrão, então dirigente da Liga dos Amigos da Saúde e do Vinho (LASVIN), e o Dr. Francisco Sampaio, presidente da Região de Turismo do Alto Minho, mentor dos "Domingos Gastronómicos" que envolveu 350 restaurantes locais.
Na sua intervenção, sobre as qualidades do vinho na saúde, o Dr. Daniel Serrão, deixou bem claro que as confrarias gastronómicas "não eram grupos de pessoas que se reuniam à mesa para comer e beber à bruta, mas pessoas cujo papel visava a promoção de uma herança cultural baseada na gastronomia".
Há poucos dias, ao percorrer o site da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, deparei-me com um escrito formidável, assinado por Vergílio Gomes, da ARESP, datado de Agosto de 2008, no qual, a dada altura, define sabiamente o que é gastronomia. E com a devida vénia passo a citar: "Gastronomia é cada vez mais um fórum rigoroso, simples e significativo que revela a expressão de associabilidade, que transforma a satisfação de uma necessidade de consumo, numa acto de convivialidade. Como já referi a gastronomia pode ser um elemento diferenciador de um destino turístico, e portanto, a sua identificação. Gastronomia tem o risco de ser uma arte efémera que apela a vários sentidos, dependendo do humor individual, e da respectiva educação do gosto, e é também função das expectativas. Gastronomia é uma referência cultural e identificada nos aspectos geográficos, religiosos, económicos, artísticos e patrimoniais. É também através das artes culinárias que se pode conhecer um local e o seu povo".
Posto isto, sendo a Madeira uma região de turismo, vou continuar a utilizar este espaço para a defesa da sua herança cultural gastronómica, para a divulgação das suas produções e para a promoção do destino turístico.

Broas de mel

O receituário tradicional madeirense, no que concerne à vertente da doçaria, fica mais rico com a apresentação das broas de mel, feitas por ocasião da Festa. Normalmente acompanham na degustação dos tradicionais licores da época e com Vinho Madeira.

Ingredientes:
2 dl de mel de cana
750 g de açúcar
1 kg de farinha
4 c. (chá) de soda
5 c. (chá) de canela moída
100 g de margarina
100 g de banha de porco
Raspa de limão

Depois de bem misturados todos os ingredientes, faça pequenas bolas do tamanho de uma noz e coloque separadas num tabuleiro previamente untado. Leve ao forno bem quente por 10 minutos. Deixe arrefecer e guarde num recipiente tapado ou em saco de plástico, em local seco.

Bom apetite!

História do Vinho Madeira


A Ilha da Madeira foi descoberta em 1419, tendo-se desde logo desbravado terras e ocupado solos com cultura de trigo, vinha e cana. A história do Vinho Madeira começa aqui e vai acompanhar ao longo dos séculos o desenvolvimento da própria ilha. Registos históricos demonstram que 25 anos após o início da colonização, as exportações de Vinho Madeira eram já uma realidade!
Mais de cinco séculos de existência, permitem contar uma história de internacionalização que passa pelas mais diversificadas rotas de exportação, consoante as conjunturas internacionais, em que, a par das exportações para Europa, o grande destaque vai para as rotas com destino às Índias e Américas, entre os sécs XVI e XVIII, que no último caso se mantêm até aos nossos dias. A fama e prestígio deste Vinho, podem ainda ser atestados por inúmeros episódios, entre os quais, a celebração da independência dos Estados Unidos, em 1776, que foi comemorada com um brinde de Vinho Madeira!
Ao longo dos séculos os processos de produção vão-se alterando e aperfeiçoando. No século XVIII é introduzido o método de envelhecimento conhecido por estufagem, que irá caracterizar definitivamente o Vinho Madeira, até aos nossos dias.
Muitas foram as personalidades, estadistas e personagens míticas que se deixaram deslumbrar por este Vinho, de que são exemplos, emblemáticos, George Washington e Thomas Jefferson, que eram profundos conhecedores de Vinho Madeira ou Winston Churchil que nas suas visitas à ilha teve oportunidade de o conhecer e apreciar. Mas são também conhecidas as referências ao Vinho Madeira em obras literárias tais como as de Sheakpeare.
O Vinho Madeira nasce para o mundo e a sua história é marcada pela sua passagem nas mais variadas partes do globo, onde continua a ser admirado e reconhecido.

Fonte: IVBAM

Vinho Madeira: E o Natal acontece


Celebrar e brindar o Natal com algo de tradicional, mas de uma forma menos habitual, é o que propõe o Instituto do Vinho, Bordados e Artesanato da Madeira com a sua nova campanha para o Vinho Madeira.
A campanha, denominada “Vinho Madeira: E o Natal acontece”, pretende transmitir uma imagem renovada, na continuidade da campanha lançada durante o Verão. As imagens são feitas numa praia, com uma árvore de Natal em fundo. Um ambiente não muito usual mas apelativo em termos de atrair públicos mais jovens e da introdução do vinho em ambientes que se calhar não eram muito comuns.
Já é tradição fazer estas campanhas, direccionadas principalmente para o mercado regional. Começaram há seis anos com cariz mais tradicional e mais ligado ao sector do vinho e foram evoluindo gradualmente, até chegarem ao dia de hoje de uma maneira mais incisiva e ecléctica em relação ao mercado. Esta campanha vem assim, na sequência da anterior campanha realizada no Verão, reafirmar a filosofia de tentar aproximar mais o Vinho Madeira do consumidor, principalmente da faixa etária mais jovem, indicando ao mesmo tempo que o consumo do Vinho Madeira se pode realizar em qualquer altura do dia e/ou ano e não só como aperitivo e digestivo e acompanhado de certos e determinados pratos. Tudo isto, feito sem retirar todo o peso histórico, tradicional e único que o Vinho Madeira tem.