quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Tarte de maçã


A sugestão que apresento hoje foi enviada pelo jornalista Marsílio Aguiar que me deu a provar uma fatia deste delicioso pitéu. Uma iguaria que pode ser confeccionada todos os meses para partilhar com familiares e amigos. Ao "chefe" os meus agradecimentos.

Ingredientes:

250 g de açúcar
Cerca de uma dúzia de maçã golden
100 g de Sultanas
100 g de nozes
2 colheres de margarina ou manteiga
2 embalagens de massa folhada

Descascam-se as maçãs e retiramos-lhes as pevides (bem como o “casulo” das sementes). Depois, cortam-se as maçãs aos cubos e deitamo-los num tacho, onde vai também o açúcar e a margarina ao lume. Ao fim de algum tempo, até que todo o líquido (que a maçã liberta ao lume) desapareça do tacho, mas com cuidado para não queimar no fundo, por isso, é recomendável que se mexa de vez em quando. Antes de apagar, deita ainda as sultanas, bem como as nozes, que devem ser bem picadas. Deixamos cozer mais dois ou três minutos com estes últimos ingredientes. A polpa da maçã deve ficar com a consistência de umas papas de bebé. Numa tarteira colocamos uma massa folhada, por forma a receber o preparado de maçã. Depois de recheada, fechamos a tarte com a outra folha de massa folhada, podemos aparar à volta da tarte a folha que é colocada por cima. As pontas da que fica por baixo vão envolver a de cima, de maneira a fazer uma espécie de “tigela” - com tampa. Depois de fechada a tarte, polvilhe com uma ou duas colheres de açúcar e leve ao forno médio (170 a 180 graus) até a tarte começar a ficar alourada. Sirva depois de arrefecida.

Bom apetite!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Bolo do caco


O bolo do caco, pão de trigo vulgar da Madeira, é umas das principais heranças da influência magrebina e do arquipélago das Canárias.
Trata-se de um pão feito com farinha de trigo, fermento de padeiro, água e sal. Depois de unidos os ingredientes, a massa fica a levedar algumas horas. A proporção depende do tempo que tem de fermentação. Usando o chamado fermento de padeiro industrial, este é utilizado na proporção de 30 a 50 g por cada quilograma de farinha de trigo.
Formam-se pequenas bolas de massa que são depois achatadas e arredondadas, devidamente polvilhadas de farinha.
A cozedura deve ser feita sob uma pedra (caco) bem quente. Hoje, devido à falta de pedras basálticas para cozer, utilizam-se chapas metálicas. Há quem recorra a frigideiras de ferro antiaderentes. O pão é cozido dos dois lados e nos bordos, até criar uma crosta.
O bolo do caco deve ser consumido quente, e é um excelente complemento para espetada, podendo ser barrado com manteiga d'alho.

Gastronomia - Cozinha Tradicional


A gastronomia tradicional nacional e regional assume-se cada vez mais como vector de promoção turística, porque é procurada e sobejamente apreciada pelos nossos visitantes. É tradicional porque, como refere Fialho d’Almeida, num famoso texto do 3º volume de "Os Gatos", nem mesmo os naturalizados conseguem elaborar os seus pratos.
"Uma composição culinária, característica, inconfundível. Transmite-se por tradição: os estrangeiros não sabem confeccioná-lo, mesmo naturalizados: tendo chegado até nós por processos lentos, e contraprovas de biliões de experimentadores, sucessivamente interessados em o fixar de forma irrepreensível, resulta ser ele sempre uma coisa eminentemente sápida e sadia. Isto o distingue dos pratos “compostos”, quero dizer daquelas mixórdias de comestíveis e temperos, doseados a poder de balança, exclusivamente científicas, nada intuitivas e meramente inventadas.
O prato nacional é como o romanceiro nacional, um produto do génio colectivo: ninguém o inventou e inventaram-no todos: vem-se ao mundo ido por ele, e quando se deixa a pátria, antes de pai e mãe, é a primeira coisa que se lembra.
Em Portugal não há província, distrito, terra, que não registe entre os monumentos locais, a especialidade de um petisco raro, sábio, fino, verdadeira sinfonia de sabores sempre sublime".

In "À Mesa com Fialho de Almeida"

Panelo levou milhares ao Chão da Ribeira


A tradição do panelo levou, domingo, milhares de pessoas a confraternizar no Chão da Ribeira, freguesia do Seixal (Porto Moniz).
Trata-se do cozido madeirense composto por couves, semilhas e carnes de porco e vaca, que depois de cozido é vertido sobre uma toalha para escorrer e todos os presentes poderem servir-se.
Ao longo da única estrada do sítio diversos grupos começaram manhã cedo com os preparativos, com as panelas de grandes dimensões a serem enchidas com os diversos ingredientes. Famílias inteiras e amigos, grupos com mais de uma centena de pessoas, passaram horas em ameno convívio até a hora de almoço, para depois saborearem o cozido madeirense.
Uma das famílias presentes utilizou uma panela com capacidade para 150 litros, onde foram confeccionados 38 quilos de carne de porco e de vaca, duas sacas de semilhas, 15 quilos de chouriço (ingrediente que não consta do panelo original), duas sacas de couves e 15 quilos de batata doce. Depois de três horas a cozer à lenha, numa cozinha improvisada, o panelo é deitado sobre uma toalha de mesa para escorrer.
O Chão da Ribeira, na freguesia do Seixal, é uma zona que constituí um autêntico paraíso natural, ocupado por pequenas habitações, os denominados palheirinhos, maioritariamente recuperados para férias pelos seus proprietários.
Reza a história que a festa surge graças a um grupo de rapazes que subia todas as manhãs a pé ao Chão da Ribeira para, entre outras funções, tratar do gado, tirar o leite às vacas e apanhar erva. E foi este grupo que começou por fazer algumas refeições quase espontâneas. Depois do Natal, levavam de casa de cada um alguma carne de porco salgada e tiravam dos terrenos do Chão da Ribeira umas couves e umas semilhas que usavam numa refeição em ambiente de festa, que à falta da panela recorreram ao panelo.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Confrarias incrementam produções familiares e pequeno comércio


As confrarias gastronómicas contribuem para a preservação das explorações agro-pecuárias de base familiar e do pequeno comércio, incrementando a economia local e regional.
A ideia foi defendida pela presidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas (FPCG), Madalena Carrito. "Cabe às nossas confrarias um trabalho eminentemente cultural e de promoção dos territórios", disse Madalena Carrito, na tomada de posse em Vila Nova de Poiares, para um novo mandato na liderança da Federação.
Realçando que as confrarias "detêm localmente grande parte do conhecimento em relação aos produtos e receituário tradicionais", adiantou que, no contexto da globalização, elas têm um "desafio importante" pela frente no sentido na "subsistência dos pequenos produtores e dos pequenos comerciantes".
Nos últimos anos, segundo Madalena Carrito, a escassez de legislação de Portugal nesta área, em comparação com outros países europeus, ou, quando existe, os atrasos na sua aplicação, "quase deu cabo de muitos produtos tradicionais".
Este ano, a Federação pretende "pôr de pé por esse país fora" um programa comemorativo do reconhecimento oficial da gastronomia portuguesa como "património cultural".
Madalena Carrito recordou que o segundo Governo de António Guterres aprovou, em 2000, uma resolução que concede à gastronomia tradicional o estatuto de "património cultural imaterial", mas que "pouco foi feito de concreto nestes dez anos".
"Uma comissão constituída na altura para o efeito integrava 23 entidades e foi criada para não funcionar", lamentou.
Nesse sentido, a Federação Portuguesa de Confrarias Gastronómicas "tem vindo a alertar as entidades regionais de turismo e os pólos de turismo" dos quais já faz parte.
"O trabalho das nossas confrarias tem ajudado a dar visibilidade para o exterior" aos produtos endógenos, dinamizando as economias locais e sensibilizando os pequenos produtores, disse Madalena Carrito.
Na sua opinião, em resultado do trabalho das confrarias, "as pessoas estão hoje muito mais sensíveis e atentas", acreditando mais nas potencialidades dos produtos que conferem especificidade à gastronomia tradicional.
"Portugal não pode esquecer aquilo que nos diferencia", afirmou, preconizando que a gastronomia genuína "deveria ser um produto transversal a todos os outros produtos turísticos", com ganhos ao nível da atracção de turistas.
No triénio 2010-2012, a FPCG aposta ainda na afirmação da gastronomia nacional "como património cultural imaterial", reclamando para isso o apoio do Ministério da Cultura, e na criação de uma carta internacional de confrarias em resultado da colaboração com instituições congéneres estrangeiras.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Bolo rei gigante no Funchal


A Câmara Municipal do Funchal vai concorrer o bolo de rei gigante confeccionado e apresentado no Dia de Reis na Praça do Município ao livro de recordes do Guiness. O anúncio foi feito pelo presidente da autarquia, Miguel Albuquerque, perante centenas de pessoas que se juntaram em frente à Câmara para degustar o bolo com 520 quilogramas e com 160 metros de comprimento. “Os reis estão connosco!”, afirmou o presidente da Câmara Municipal do Funchal, saudando os grupos que ali compareceram para o cantar os reis.
O bolo gigante foi confeccionado com 250 kg de farinha, 40 kg de manteiga, 35 kg de açúcar, 800 ovos, 60 kg de frutos secos, 130 de frutas cristalizadas, 90 kg de passas, rum, Vinho Madeira e fios de ovos.
Além do grupo da Casa do Povo de São Martinho, também cantaram os reis um grupo de alunos da Escola Profissional de Agentes de Serviços e Apoio Social.