quinta-feira, 2 de abril de 2009

Borrego assado


A Páscoa é uma quadra festiva que merece uma mesa rica e saborosa. O povo na sua sabedoria popular diz: "Depois do jejum, venha um borrego". A opção pelas carnes conhecidas e tradicionais, valorizam a escolha de quem quer receber familiares e amigos com requinte, mas sempre com o toque diferente e bem pessoal. Peça no seu talho habitual uma perna de borrego para assar. A sugestão que apresento é simples e permite servir quatro pessoas.

Ingredientes:

1 perna de borrego
2 cebolas
4 dentes de alho
150 g de toucinho fumado
1 kg de semilhas
1 dl de vinho branco
1 c. (sopa) de massa de pimentão
1 ramo de alecrim
1 c. (sopa) vinagre
sal e pimenta q.b.

Começe por dar alguns golpes superficiais na pele da perna de borrego, marcando-o em xadrez. Tempere com sal e pimenta, a massa de pimentão diluída no vinho e o raminho de alecrim. Deixe a marinar até ao dia seguinte. No dia da confecção, coloque o cabrito num tabuleiro junto com as cebolas, alhos e o toucinho fumado aos pedaços, regue com o azeite e leve a assar a 200 ºC até 45 minutos. Ao mesmo tempo coza as semilhas com a pele, durante 25 minutos em água temperada com sal. Depois de cozidas, escorra-as, pele-as e junte logo ao assado, deixando-as no forno durante os 20 minutos finais. Retire depois do calor, salpique com o vinagre e transfira para a travessa de servir. Leve à mesa enfeitado com um ramo de alecrim fresco e as semilhas.

Bom apetite!

Doce de amêndoas


Rica em proteínas, vitaminas E, B1, potássio, fósforo, zinco, magnésio, fibras e gordura do tipo insaturada, sendo a maior parte monoinsaturada, que associada a uma dieta saudável, podem ajudar a controlar as taxas do colesterol. É por isso um fruto que desempenha um papel importante na regulação da tensão arterial, no equilíbrio dos fluídos do corpo e na contracção muscular. Os nutricionistas aconselham o consumo de amêndoas por desempenhar na formação molecular do ADN e ao nível da transmissão neuromuscular, e ainda, na função imunitária e reprodutiva. Esta sugestão para a Páscoa, deve ser consumida com moderação.

Ingredientes:

2 dl de água
400 g de açúcar
150 g de miolo de amêndoa
12 gemas
Canela q.b. (facultativo)

Leve ao lume uma panela com a água e o açúcar. Deixe ferver, por aproximadamente dois minutos e, só depois, acrescente o miolo de amêndoa moído e torrado, reservando alguns frutos para decorar no final. Misture bem e aguarde que levante fervura. Por último adicione as gemas, uma a uma, tendo o cuidado de ir mexendo sempre em cada adição. Após ferver e ganhar consistência, retire do lume e transfira para uma taça de vidro. Deixe arrefecer por completo e sirva decorado com o miolo de amêndoa pelado e polvilhado ligeiramente com canela em pó.

Bom apetite!

Torrões de açúcar


Visíveis em todas as pastelarias e confeitarias do Funchal, os tradicionais torrões constituem uma das principais imagens da doçaria madeirense na quadra da Páscoa. Fáceis de fazer, os torrões podem apresentar diversas tonalidades, bastando para tal variar a fruta.

Ingredientes:
1 kg de açúcar
1/2 l de leite
125 g de manteiga
2 colheres de chocolate em pó
Frutas secas: nozes e cidra.
1 chávena de côco

Junte ao leite o açúcar e metade da manteiga, leve a ferver mexendo sempre. Junte depois o côco com o resto da manteiga e as frutas moídas.
Fazer ponto de escada. Quando o açucar estiver esbranquiçado deitar num pirex previamente untado de manteiga. Cortar logo aos quadrados, enquanto estiver quente.

As cores podem ser conseguidas (em vez de chocolate) com polpa de fruta, nomeadamente de pitanga, morango, maracujá, laranja e miolo de amêndoa.

Bom apetite!

Cabrito guisado com vinho e canela


É um dos pratos tradicionais da Madeira e é muito apreciado nesta quadra da Páscoa. A sua confecção é facilitada seguindo os passos que aqui apresento. Trata-se de uma receita recolhida pela Confraria Gastronómica da Madeira e publicada no livro "Sabores", da autoria de Júlio Pereira.

Ingredientes:
1,2 kg pá de cabrito
3 cebolas
3 tomates
5 dentes de alho
1 l de vinho tratado
2 paus de canela
2 c. (sopa) de banha
1 ramo de alecrim
sal e pimenta da terra q,b.

De véspera tempere o cabrito com sal, pimenta, os alhos esmagados, a canela partida em pedaços, alecrim e o vinho. No dia seguinte, faça um refogado com a banha, a cebola e o tomate picado. Junte depois a carne e deixe estufar por 10 minutos. Passado esse tempo adicione a marinada do vinho e deixe estufar, em lume brando, por mais 50 minutos. Se necessário, durante a cozedura, acrescente mais um pouco de água. Por fim, rectificque os temperos e sirva, com semilhas e legumes cozidos.

Bom apetite!

A Páscoa e a gastronomia madeirense


A maioria da população da Madeira é cristã e, como tal, festeja a Páscoa como a celebração mais importante no calendário religioso. De facto, a Páscoa representa a data da Ressurreição de Cristo, um domingo dedicado às cerimónias religiosas e à família.
A palavra Páscoa vem do hebraico, Pessach. O dia corresponde sempre ao primeiro domingo depois da Lua Cheia que ocorre no dia 21 de Março ou depois (data do equinócio), o que torna o Carnaval móvel, situando-se a 47 dias antes da Páscoa.
Em termos de imagem de marca desta festividade, o coelho continua a ser uma referência por representar a imagem da fertilidade. Como esta quadra representa o renascimento, o coelho acaba por ser a figura mais apropriada.
Por outro lado, os ovos adquirem também um lugar de relevo, estando associado como símbolo da Páscoa, por decisão da Igreja, desde o século XVIII. Ao serem pintados, adquirem um colorido representativo da luz solar e personificam uma nova vida. Esta tradição nasceu na China e, depois com a morte de Jesus Cristo, os cristãos consagraram esse hábito como lembrança da Ressurreição.
Sendo uma festa para ser celebrada em família, nada como aliar o festejo a uma mesa diferente, apelativa e com uma gastronomia apropriada, na qual não faltam os doces tradicionais.
Depois de 40 dias de privação de determinados alimentos, é chegada a hora de "tirar a barriga de misérias". A ementa da Páscoa, na Madeira, apresenta iguarias saborosas e suculentas, para uma degustação sem pressas, para que o convívio dure algumas horas.
Esta é altura para se deliciar com uma entrada de filetes de peixe-espada com uma salada fresca, seguido de um cabrito guisado com vinho e canela à boa maneira da Ponta do Sol, servido com semilhas cozidas e legumes. Pode optar por uma carne santa do Porto Moniz ou cabrito assado à boa maneira do Funchal.
Para sobremesa pode optar por um doce de amêndoas, um pudim de ovos ou simplesmente por um pão-de-ló de São Vicente.

Estas receitas estão disponíveis neste blogue.

Boas Páscoas e bom apetite!