segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Doces ganham formas e nomes diferentes em cada região do país


Os ingredientes base são os mesmos e o valor calórico também. Com adaptações cozinhadas ao gosto de cada um, os doces de Natal ganham nomes e formas diferentes consoante a região do país.
Se no Algarve lhes chamam empanadilhas e em Sines pastéis, no resto do país são conhecidas por azevias (na foto). De grão, batata doce ou amêndoa, elas são a prova de que seja no Norte ou no Sul, o Natal quer-se doce.
Nas mesas portuguesas por altura do Natal não faltam as famosas rabanadas, os fritos de pão passado por leite e ovos também conhecidos como fatias douradas, fatias paridas ou de parideira. Na Madeira são conhecidas apenas por douradas, servidas polvilhadas de açúcar.
No Douro e Minho chamam-lhe fidalgas e têm uma variante: o pão leva manteiga e é regado de véspera com leite fervido com limão e um pau de canela e em vez de fritas são cozidas numa calda de açúcar.
No final são polvilhadas com canela ou com a restante calda de açúcar, mas neste caso, seguindo as regras da gastronomia regional, convém fazer de véspera.
Também com calda de açúcar são feitos os mexidos de Natal, típicos da região minhota e do Douro, que vão ao lume com nozes, passas e pinhões. São servidos em pequenos pratinhos polvilhados com canela.
Das regiões do Minho e Douro são os conhecidos bolinhos de jerimu, um puré de abóbora a que se junta farinha, fermento, açúcar e claras em castelo, que nalgumas zonas também são chamados de sonhos. Por cá comem-se mais no Carnaval, a par das malassadas.
À açorda doce o Minho chama formigos e o importante é ter imaginação. Ao pão cozido em leite e ovos podem juntar-se o mel ou o vinho doce.
Já a aletria, tradicional no Minho e Douro, mantém o nome em todo o território nacional, mas o mesmo não acontece com a filhós, o mais famoso doce natalício, que além do nome também vê variar a forma consoante a região.
As filhós são velhozes nalgumas zonas e noutras em vez da massa ser estendida para fritar é frita em forma de bola (Alto Alentejo), de chapéu (Outeiro de Gatos/Meda) ou mesmo cortada às tiras e enrolada num garfo enquanto passa na fritadeira, para ganhar a forma espiral.
Com as necessárias adaptações, acrescentando o sumo de laranja e a aguardente e fritando a massa em tiras dobradas em forma de livro, o Baixo Alentejo chama-lhes judias.
O pão frito reaparece na sopa doce (Douro) ou sopa dourada, cozinhado em vinho quente com açúcar e um pau de canela.
Sejam eles chamados de azevias, empanadilhas, rabanadas ou fatias, sonhos ou bolinhos de jerimu há um ingrediente comum a todos: o açúcar. Muito açúcar.
Porque o Natal não é boa altura para cuidar da linha e quando chegar o dia já se gastaram algumas das calorias que se vão consumir, seja nas compras (caminhada, marcha ou corrida) ou na delicada tarefa de fazer a árvore, subindo e descendo bancos e escadotes.
É que como diz o ditado: Não se engorda entre o Natal e o Ano Novo, mas sim entre o Ano Novo e o Natal. O seguinte, claro.

Susana Oliveira - Lusa/MF

A Noite do Mercado


Todos os anos, na denominada "Noite do Mercado", milhares de pessoas, residentes e turistas, convergem para as imediações do Mercado dos Lavradores, no Funchal, conjugando o pretexto de adquirir frutas e legumes para as refeições da quadra festiva com a tradicional animação.
Outrora, meramente por razões financeiras, os madeirenses aguardavam os dias mais próximos da Festa para as compras de Natal, que incluíam as frutas, os legumes, os arranjos e os próprios brinquedos, que também se vendiam nas imediações do mercado.
O subsídio ou o complemento de Natal era pago mais tarde, pelo que era grande a azáfama durante o dia e a noite de 23 para 24, levando milhares de madeirenses ao Funchal.
Hoje, mais que comprar, as pessoas vão ao mercado para divertirem-se ao som dos cânticos que serão entoados no interior do recinto, e pelo arraial que é montado nas ruas circundantes, encerradas ao trânsito e nas quais são montadas barracas de comes-e-bebes.
As portas do mercado estão abertas até à meia-noite, mas no exterior, os vendedores assentam arraiais e vendem os seus produtos até às 6h00. Também os bares circundantes funcionam toda a noite e a música anima todos os que ali se concentram e consomem sandes de carne vinha d'alhos, à mistura com muita cerveja, poncha ou vinho.
Esta é mais uma aposta da animação da cidade do Funchal, ainda a comemorar os 500 anos, pelo que a autarquia disponibilizou mais de 3.000 lugares de estacionamento a custos reduzidos. A PSP terá no terreno 50 agentes para garantir a ordem numa das mais concorridas tradições do Natal madeirense.

Canja de galinha

A canja de galinha madeirense é consumida tradicionalmente na noite de Natal, servida em pequenas taças ou chávenas. Com a carne, fazem-se as sandes que acompanham a degustação da canja. A receita que aqui deixo é de fácil confecção e a que presenteio os comensais.

Ingredientes

1/2 galinha c/miudezas
1 cebola
1 tomate
1 nabo
1 cenoura
1 pau de canela
Arroz ou massa fina
sal q.b.

Coza a galinha (limpa de peles), com as miudezas, em água abundante, temperada com o sal. Adicione a cebola inteira, o tomate cortado em dois, o nabo aos cubos, a cenoura cortada em palitos e o pau de canela. Deixe cozer por uma hora. Decorrido esse período deite o arroz ou a massa fina e deixe ferver por mais 10 minutos. Retire a cebola, o tomate e o pau de canela e sirva quente.

Bom apetite!

Boas Festas