segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Panelo levou milhares ao Chão da Ribeira


A tradição do panelo levou, domingo, milhares de pessoas a confraternizar no Chão da Ribeira, freguesia do Seixal (Porto Moniz).
Trata-se do cozido madeirense composto por couves, semilhas e carnes de porco e vaca, que depois de cozido é vertido sobre uma toalha para escorrer e todos os presentes poderem servir-se.
Ao longo da única estrada do sítio diversos grupos começaram manhã cedo com os preparativos, com as panelas de grandes dimensões a serem enchidas com os diversos ingredientes. Famílias inteiras e amigos, grupos com mais de uma centena de pessoas, passaram horas em ameno convívio até a hora de almoço, para depois saborearem o cozido madeirense.
Uma das famílias presentes utilizou uma panela com capacidade para 150 litros, onde foram confeccionados 38 quilos de carne de porco e de vaca, duas sacas de semilhas, 15 quilos de chouriço (ingrediente que não consta do panelo original), duas sacas de couves e 15 quilos de batata doce. Depois de três horas a cozer à lenha, numa cozinha improvisada, o panelo é deitado sobre uma toalha de mesa para escorrer.
O Chão da Ribeira, na freguesia do Seixal, é uma zona que constituí um autêntico paraíso natural, ocupado por pequenas habitações, os denominados palheirinhos, maioritariamente recuperados para férias pelos seus proprietários.
Reza a história que a festa surge graças a um grupo de rapazes que subia todas as manhãs a pé ao Chão da Ribeira para, entre outras funções, tratar do gado, tirar o leite às vacas e apanhar erva. E foi este grupo que começou por fazer algumas refeições quase espontâneas. Depois do Natal, levavam de casa de cada um alguma carne de porco salgada e tiravam dos terrenos do Chão da Ribeira umas couves e umas semilhas que usavam numa refeição em ambiente de festa, que à falta da panela recorreram ao panelo.

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